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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Jânio, o presidente bufão


Talvez o político mais polêmico que governou o Brasil tenha sido Jânio Quadros. Era um homem completamente contraditório e chocou o país ao renunciar à presidência da república em agosto de 1961. Alegou que fora movido por “forças ocultas”. Ninguém sabe até hoje que forças eram estas, mas os motivos podem ter sido uma “jogada” para voltar fortalecido nos braços do povo. Se a intenção era essa, se deu mal. Jânio teve uma carreira política meteórica, tanto que em um espaço de 13 anos foi de vereador à presidente. O sociólogo Leôncio Martins Rodrigues foi quem o melhor definiu dizendo “Feio, caolho e um pouco Macunaíma, tinha o figurino e o discurso na medida para as massas exploradas e esquecidas”. Responsável por medidas rocambolescas como proibir as mulheres de usar biquini, proibir o lança-perfume e propor que autoridades civis usassem conjunto safári, o chamado “pijânio”, no lugar de terno e gravata. Proibiu também briga de galo e, como vereador, quis acabar com o comércio de Coca-Cola. Prometia varrer corruptos da vida pública (seu símbolo de campanha era uma vassoura), mas foi acusado pela própria filha “Tutu” de manter conta na Suíça. Em seu figurino de “homem do povo” mantinha cabelo desalinhado e caspa nos ombros (adversários diziam que era falsa, de farinha de mandioca). Andava pela direita pisando com o pé esquerdo. Na Guerra Fria, condecorou Che Guevara. Renunciou uma semana depois. Questionado pelo ato, teria respondido: “Fí-lo porque quí-lo”.

Malu Pedarcini



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