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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Ler é preciso
“Vidas Secas” é considerada, ao lado de “Memórias do Cárcere”, uma das maiores obras do escritor alagoano Graciliano Ramos. O livro traz personagens inesquecíveis como Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e Baleia, a cachorra, que parece ter mais sensibilidade que a família em si. Publicado em 1938, retrata a dura vida do retirante nordestino lutando pela sobrevivência e fugindo das intempéries da seca. Graciliano faz uma crítica social à miséria do sertão nordestino e como o próprio nome do livro diz “Vidas”, sugere abundância e “Secas”, tem o sentido de penúria, de falta.
É impossível ficar imune à emoção dos personagens, secos como o clima, que quase não falam e onde a cachorra Baleia faz contraponto à animalização da família. É a vida no sertão, sem chuvas, sem perspectivas, um caminhar sem fim, fugindo sem destino de um destino inglório.
Um livro que deveria ser lido por todos os brasileiros.
Malu Pedarcini
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