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Buquê de noiva

quarta-feira, 1 de março de 2017

Causos

 
Alvarenga e Ranchinho

Por Rolando Boldrin*

Alvarenga e Ranchinho foram dois caipiras dos bão. Na rádio, nas apresentações em público, eles faziam aquela encenação clássica das duplas: um era o bobão, que a gente costuma chamar de “escada”; o outro, metido a sabichão. O Alvarenga era o sabichão; o Ranchinho, o bobão. Essa que eu vou contá eu ouvi com esses ouvidos que a terra há de comer. Começa o polegrama, e os dois proseiam mais ou menos assim:
Alvarenga - Intão, cumpadre, tudo bão cocê?
Ranchinho - Tudo bão: arrumei uma namorada!
Alvarenga - Que sorte, sô!
E ela gosta docê?
Ranchinho - Craro, e como gosta! Onti mesmo ela me inlogiou.
Alvarenga - Inlogiou ocê!
Ranchinho - É. Ela mi chamô de indiota.
Alvarenga - Mas rapaz! Como que inlogiô? Intão ocê num sabe o que é indiota não?
Ranchinho - Não.
Alvarenga - Indiota é o sujeito que ocê exprica uma coisa, dá exempro, compara, exprica de novo, e o sujeito num entende. Entendeu?
Ranchinho - Não.
Alvarenga - Ah, então ela te inlogiô mesmo.

*Rolandro Boldrin é apresentador, compositor, ator e escritor

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