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Buquê de noiva

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Crônica

Virtualidade

Eles se conheceram em um chat. Depois de alguns minutos de papo, já haviam trocado MSN, telefone, iniciando assim uma amizade virtual. Durante muito tempo, e todos os dias, se comunicavam. Assunto não faltava, teclavam sobre tudo e todos. Nada passava em branco, clima, música, cinema, literatura, política, esportes e óbvio, vida pessoal.  Aspirações, neuras, sonhos, frustrações. Tudo ia bem, até que um dia (sempre tem um dia) ela propôs um encontro real. Ele relutou.  Acontece que a moça, e isso era segredo dela, tinha o dom da persuasão, e o convenceu. Marcaram num local bem movimentado, como manda o manual da Net, um shopping. Em uma tarde, se encontraram num café, mas ao ficarem frente  a frente, travaram. Entraram mudos e saíram calados, em um encontro que durou exatos 30 minutos. Despediram-se, e cada um seguiu o seu caminho. À noite estavam lá, conversando pela tela fria do computador. Sobre o encontro nenhuma palavra, tudo foi deletado, como se não tivesse ocorrido. Continuam firmes nas ondas da virtualidade. As conversas cada vez mais animadas, mais íntimas. Ele propôs a ela sexo virtual. Ela ficou de pensar, embora ambos já saibam que vai rolar. Vai entender!

Antonio Santiago

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