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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Crônica

Em busca do texto perdido

Depois de algum tempo inativo, resolvi escrever uma crônica. Concentro-me. Silêncio absoluto, concentração total e nada. Disfarço a falta de talento folheando as páginas de um livro, na esperança de produzir um texto maravilhoso, sublime. São 23h, segunda-feira estou me aproximando perigosamente dos 60 e necas da tal inspiração chegar. Quintana, Drummond, Veríssimo, Cecília Meirelles, os Fernandos (Pessoa e Sabino) e tantos outros igualmente especiais povoam os meus pensamentos, vagueiam pelo meu cérebro e me trazem o que há de melhor em minhas lembranças. Mas, definitivamente, hoje não é o meu dia. Rendo-me. Desisto de escrever e vou procurar ler um bom texto. Daqueles que conseguem penetrar almas e corações, com delicadeza e lirismo. Daqueles que provocam arrepios, e que às vezes é impossível conter lágrimas de emoção. Daqueles que só a inquieta Clarice Lispector conseguiu escrever.

Antonio Santiago

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